O economista Albano Martins espera que, no final do ano, a inflação registe um valor acima do apurado em 2011, apesar da desaceleração que tem vindo a ser registada.
Em Outubro, a inflação atingiu os 6,26 por cento. Apesar de os preços continuarem a aumentar, houve uma descida em relação ao valor de Setembro, que foi de 6,39 por cento.
Na comparação com Outubro do ano passado, o maior aumento verificou-se nas “bebidas alcoólicas e tabaco”, com os preços desta secção a crescerem 33,73 por cento. Os “produtos alimentares e bebidas não alcoólicas” tiveram subidas de 7,08 por cento.
Ouvido pela Rádio Macau, Albano Martins realça uma desaceleração maior do que previra e, por isso, espera agora que o ano termine com a inflação próxima dos 6 por cento. “A desaceleração tem sido maior e, portanto, o índice poderá ficar entre 5,89 por cento e 6,01 por cento.”
Ainda assim, a inflação deve ficar acima do valor registados em 2011, quando era de 5,81 por cento. “Neste momento, é mais provável que, com a desaceleração do índice na China, a inflação fique ligeiramente abaixo dos 6 por cento mas, mesmo assim, acima do ano passado”, estimou o economista.
Para justificar a previsão, Albano Martins refere que as componentes que mais pesam no cálculo da inflação cresceram em Outubro acima da média. “As componentes que têm 55 por cento do peso do índice, os ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’ e ‘habitação e combustíveis’, tiveram um crescimento homólogo neste mês de Outubro acima do crescimento médio, que foi de 5,19 por cento.”
A secretária para a Administração e Justiça afirmou, esta terça-feira, na Assembleia Legislativa, que o valor da inflação apurado no final do ano servirá de referência para o Executivo determinar os aumentos para a função pública. No entanto, Albano Martins defende que é preciso olhar-se também para a perda do poder de compra.