Continuam os protestos em torno da introdução da disciplina de Educação Nacional nas escolas de Hong Kong. Há mais pessoas a juntarem-se à greve de fome, com muitos manifestantes concentrados junto à sede do Governo. Ao oitavo dia de manifestações, o Executivo começa agora a ponderar a possibilidade de adiar a questão. A comissão responsável pela matéria disse hoje que tem indicações do Executivo para negociar outras opções.
Na análise ao que se está a passar em Hong Kong, o politólogo Eric Sautedé diz que esta tentativa do Governo de C.Y. Leung foi um passo em falso. Desde logo, sublinha, há um consenso em relação à região que nem historiadores, nem politólogos questionam. A identidade está bem definida e o papel dos hongkongers também: “Existe uma noção de uma missão especial para a China, demonstrando, claro está, que são patriotas, por um lado, mas, por outro, que ser patriota não é aceitar que a verdade seja retalhada e ser-se demasiado selectivo na aprendizagem da história do país”.
Por isso, aponta o académico, ex-residente de Hong Kong, C.Y. Leung cometeu um erro estratégico com a tentativa de introdução da Educação Nacional nas escolas. “Ele devia ter adiado. É claramente um erro estratégico e é um erro ainda maior uma vez que as eleições legislativas estão aí”, afirma. “Conseguiram usar as manifestações Diaoyu/ Senkaku pela primeira vez desde 2006 – desde essa altura que um barco não tinha autorização para sair das águas de Hong Kong, o que dá a indicação de que não foi por acaso”, atira.