Mais de 70 por cento dos funcionários públicos dizem que as acções de formação organizadas pelo Governo são completamente inúteis. É a conclusão de um inquérito feito pelos Operários e que foi esta tarde apresentado à secretária para a Administração e Justiça.
Sónia Chan está, pelo segundo dia, na Assembleia Legislativa, para apresentar as Linhas de Acção Governativa da área que tutela.
Durante o debate, vários deputados apontaram falhas nas acções de formação para funcionários públicos.
Lei Chan U, vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, apresentou dados: “Podemos ver que 119 funcionários públicos não fizeram este tipo de formação porque não tinham tempo. Em 2015, 1263 funcionários públicos foram inquiridos sobre o resultado desta formação e 17 por cento responderam que não são úteis. Mais de 70 [por cento] disseram que são totalmente inúteis. Portanto, com estes resultados, é preciso rever este mecanismo de formação dos funcionários públicos”.
Eddie Kou, director dos Serviços de Administração e Função Pública, admitiu margem para melhorias e disse que haverá uma revisão dos cursos.
Já a secretária para a Administração e Justiça admite criar uma Academia de Formação para Funcionários Públicos, embora acrescente que é preciso estudar e avaliar a sua dimensão.
“Temos 34 mil trabalhadores da função pública, 11 mil da segurança - e que têm o instituto deles para fazer a formação. Dos 34 mil, há dois mil que pertencem ao Instituto Politécnico de Macau e à Universidade de Macau. Tirando estes trabalhadores, temos por volta de 20 mil funcionários públicos que participam em acções de formação organizadas pelos Serviços de Administração e Função Pública. Com este número, temos de estudar a criação desta academia, como será a sua dimensão”, sublinhou.